DIOCESE DE CRICIÚMA FAZ ABERTURA DA CF 2011

“O objetivo todo da Campanha da Fraternidade é despertar a consciência e a partir dela, começarmos a fazer aquilo que cada um pode fazer. A casa é nossa. Se a deixarmos estragar, vamos ser todos prejudicados. Deus criador fez as coisas bem feitas e entregou para o ser humano cuidar e infelizmente, ele não soube bem administrar algumas partes da criação. Não podemos ficar indiferentes. Vamos fazer a diferença juntos. Deus quer que este ambiente, toda a natureza seja para seus filhos, mas também para toda a criação, animais e vegetais. Vamos fazer a nossa parte, agradecer ao senhor, e dizer que queremos colaborar com o que ele fez de tão bonito, para que seja respeitado e não destruído”. Com estas palavras o Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inácio Flach declarou aberta a Campanha da Fraternidade 2011, em coletiva concedida à imprensa na manhã desta Quarta-Feira de Cinzas, 09 de março, no Auditório São José, na sede da Cúria Diocesana.
Participaram da abertura da CF, cujo tema deste ano é “Fraternidade e a Vida no Planeta” e o lema “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22), o Coordenador Diocesano de Pastoral, Pe. Antonio Mendes e o Vigário Geral e também Presidente da Cáritas, Pe. Wilson Buss. Além deles, o Prof. Dr. Carlyle Torres Bezerra de Menezes e o Prof. Me. José Carlos Virtuoso, professores pesquisadores vinculados ao Curso de Engenharia Ambiental da Unesc, também membros da Comissão de Meio Ambiente e Valores Humanos da instituição e articuladores na implantação do Fórum Municipal de Mudanças Climáticas, falaram sobre o assunto.
Entre as principais questões levantadas pela igreja está, em nível global, a exploração de matrizes energéticas como o petróleo e o carvão. As mais poluidoras, segundo o Dr. Carlyle. A falta de gestão de resíduos também foi um dos pontos bastante discutidos. Entretanto, o enfoque principal, no que diz respeito aos aspectos locais pode estar ligado ao debate quanto à implantação e ao funcionamento de termelétricas. Conforme o Dr. Carlyle, elas estimulam a abertura de minas, cujos impactos no solo, na água e no ar já são bastante conhecidos na região. Segundo ele, o Brasil, por sua imensidão de recursos naturais, tem tecnologia suficiente para, em 30 anos gerar energia limpa e, ao mesmo tempo, emprego e renda para sua população.

Um dos defensores mundiais deste tipo de tese, segundo o Prof. Zeca Virtuoso, é o economista britânico do Banco Mundial, Nicholas Stern, autor do Relatório Stern. O relatório é fruto de um estudo encomendado pelo governo britânico acerca do impacto das alterações climáticas sobre a economia mundial e conclui que, com o investimento de apenas 1% do PIB Mundial é possível evitar a perda de 20% do mesmo num período de 50 anos.

O documento publicado em 2006 serve de exemplo, segundo Zeca, quando se fala no prejuízo que as nações têm com desastres naturais: reconstituição de cidades, perda de capital de empresas. Inicialmente, a alternativa parece desfavorável no aspecto econômico, mas a ascensão do lucro capitalista pode significar o crescimento da miséria e da fome, neste sentido, afirmam os professores.

“Repensar, reutilizar e mudar hábitos” segundo o Pe. Wilson Buss, é a tomada de atitude que a CF 2011 propõe ao ser humano na defesa da vida. Fonte: Diocese de Criciúma.